quinta-feira, 5 de março de 2009


A amizade

Martha Medeiros


Dei pra me emocionar cada vez que falo dos meus amigos.Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem quase que em
pé de igualdade com a família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeeesmo, a gente
só tem dois ou três, empino o peito e fico meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou
três. São uma cambada. Não é previlégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?
Fulano é meu amigo, sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, fala-
mos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca pesada sobre eles, mas amigos? Nem perto.
Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.
Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. e o mais importante: o carinho não precisa, nem
deve, vir acompanhado de um motivo.

As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no natal ou para pedir um favor, tem que haver uma razão prá-
tica ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade
basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão, basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.

Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado
em silêncio. Não é preciso troca de elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é
preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, ás vezes elas são necessárias. Mas há
sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente.
Cumplicidade? mais do que cumplicidade. Sintonia?
Acho que é amor.
Oh, céus! santa pieguice! Amor? Esta lenga lenga de novo?
Sério, só mesmo amando um amigo para permitir que ele se atire no seu sofá e chore todas as dores dele sem que
você se incomode nem um pingo com isso.Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para
não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas
respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços, mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.

Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manuntenção. Acha que amizade é algo que vem pronto q que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão
individualistas. Nada disso! A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.
A maioria das pessoas não só deixa, como contribui para que os amigos evaporem.
Ignora os mecanismos de manuntenção.



RECEBI ESSE TEXTO DEUMA AMIGONA, A MARY, E É MUITO BOM MESMO.POR ISSO COLOQUEI AQUI PARA DIVIDIR COM VCS......
BOA TARDEEEEEEEEEEEEE
BJSSSSSSSSSS

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